Papa critica edições «revistas e atualizadas» da hipocrisia religiosa e do «legalismo»
Francisco apresenta receita dos três «P»: Palavra, Pão e Pobres
O Papa Francisco criticou hoje o que apresentou como edições “revistas e atualizadas” da hipocrisia e do “legalismo” na Igreja Católica, apelando a uma maior atenção aos pobres e à Eucaristia.
Francisco considerou que aos cristãos se colocam duas hipóteses, ser “pecadores em caminho”, que se arrependem e se levantam, ou pecadores “sentados”.
O Papa sublinhou que os líderes religiosos do tempo de Jesus eram “custódios inflexíveis das tradições humanas”, mas incapazes de “compreender que a vida segundo Deus se faz a caminho e exige a humildade de abrir-se, arrepender-se e recomeçar”.
“A vida cristã é um caminho humilde de uma consciência nunca rígida e sempre em relação com Deus, que sabe arrepender-se e confiar-se a Ele nas suas pobrezas”, acrescentou.
A intervenção propôs a criação de “novos caminhos”, em diálogo, inspirados nos três ‘P’: Palavra, Pão e Pobres.
“A Palavra, o Pão, os pobres: peçamos a graça de não esquecer nunca estes alimentos-base, que sustentam o nosso caminho”, declarou.
A visita iniciou-se na cidade de Cesena, com um apelo em favor da “boa política”, e prosseguiu com mensagens e gestos em favor dos desempregados, pobres e refugiados.
Simbolicamente, Francisco quis almoçar com um grupo de pobres, refugiados e presos na Basílica de São Petrónio, em Bolonha.
O regresso ao Vaticano, em helicóptero, tem a duração prevista de uma hora.
OC
Fonte: Ecclesia
Papa no Angelus em Bolonha: acolhimento, pobreza e trabalho
Depois do encontro com os migrantes no Centro Regional de Via Mattei, o Papa Francisco deslocou-se, de papamóvel, à Praça Maior de Bolonha, onde era aguardado por uma multidão de pessoas desempregadas e membros representantes do mundo do trabalho, com os quais Francisco rezou a oração mariana do Angelus.
Antes, porém, o Papa proferiu um breve discurso, dizendo:
“Vós representais diversas partes sociais, muitas vezes em discussões até ásperas, mas aprendestes que, somente juntos, se pode superar a crise e construir o futuro. Somente o diálogo permite encontrar respostas eficazes e inovadoras, sobretudo no que se refere à qualidade do trabalho e o indispensável ‘welfare’.”
São necessárias soluções estáveis, frisou Francisco, capazes de ajudar, as pessoas e as famílias, a encarar o futuro. Aqui, tocou a chaga dolorosa do desemprego, sobretudo juvenil, e de tantos que perderam o trabalho e não conseguem inserir-se na sociedade:
“O acolhimento e a luta contra a pobreza passam, em grande parte, através do trabalho. Não se pode oferecer ajuda aos pobres sem dar-lhes trabalho e dignidade”.
A crise económica, de dimensão europeia e global, concluiu o Papa, é também crise ética, espiritual e humana. Ela está arraigada na traição do bem comum. Por isso é preciso aumentar a oportunidade de um trabalho digno para todas as pessoas. (BS/MT)
Francisco em Bolonha: o abraço do Papa aos migrantes
Depois de visitar Cesena, o Papa foi a Bolonha. Primeira etapa, o encontro com os migrantes assistidos no Centro Regional da Via Enrico Mattei. Aqui também o acolhimento foi muito caloroso: Francisco saudou demoradamente, um por um, os hóspedes da estrutura. Tantos os apertos de mão, abraços, troca de palavras, e depois os selfies e vídeos. Muitos migrantes apresentavam em suas mãos cartazes com as palavras: “Precisamos de documentos. Ajude-nos”. O Papa agradeceu ao pessoal do Centro pela obra realizada.
No seu discurso, Francisco assegurou a sua proximidade: “Muitos” – prosseguiu – não vos conhecem e têm medo”. Este medo fá-los sentir no direito de julgar e de poder fazê-lo com dureza e frieza, acreditando de estar a ver bem. Mas não é assim. Vê-se bem apenas com a proximidade que a misericórdia dá. Sem esta, o outro permanece um estranho, e até mesmo um inimigo, e não se pode tornar meu próximo. De longe podemos dizer e pensar qualquer coisa, como facilmente acontece quando se escrevem frases terríveis e insultos através da Internet. Se olharmos para o próximo sem misericórdia, não nos percebemos do seu sofrimento, dos seus problemas.
Fonte: Rádio Vaticano