“Papa quer retirar da Igreja e da Cúria tudo o que possa ser obstáculo ao anúncio do Evangelho”
Interpelado sobre os aspectos mais relevantes destes primeiros 4 meses do pontificado de Francisco, o Cardeal Lajolo afirmou que ele “trouxe uma nova atmosfera para a Igreja, dando um sentido de um novo impulso, de proximidade, não somente física, mas de mentalidade. E tudo isto, em absoluta fidelidade à mensagem do Evangelho. Não se deve esperar que este Papa revolucione a Igreja, mas que faça algumas mudanças, aqueles ajustes que são necessários, e que já começou a fazer. E tudo isso vai ter um efeito sobre todo o corpo da Igreja, porque levará a uma maior proximidade do Papa com os bispos, uma maior colegialidade, fazendo aquilo que é próprio do Papa, que não se confunde com aquilo que é dos outros bispos”.
Segundo o Cardeal, Francisco já deu sinais muito claros de sua intenção “de tirar da Igreja e da Cúria tudo aquilo que possa ser um obstáculo para a proclamação do Evangelho, tudo aquilo que possa servir de pretexto para críticas, justas ou injustas. Tenho a impressão de que o Papa está nos dizendo: tentemos purificar, tirar as ocasiões de mal-entendidos ou de críticas.”
Dom Lajolo, que foi criado Cardeal por Bento XVI, falou que “é lindo ver o encontro entre Francisco e Bento XVI. São verdadeiramente dois irmãos. Saliento que Papa Ratzinger, com a sua doçura, brandura, humildade, deu origem à virada-Francisco. A consciência de que as suas forças físicas já o impediam de responder adequadamente às exigências da Igreja o levou à histórica decisão. Eu não sei se, se esperava a eleição de Bergoglio: porém se é verdade que no último Conclave Bergoglio retirou-se para permitir a eleição do Cardeal Ratzinger, pode-se pensar que Ratzinger previsse que um dos mais papáveis fosse Bergoglio”. (JE)
Fonte: Rádio Vaticano