Quais são os critérios para se eleger o novo papa?

Publicado em 09/03/2013 | Categoria: Notícias |


Cardeais e fiéis se perguntam quem pode ser o próximo pontífice

Quais são os critérios para se eleger o melhor candidato ao papado?

E quais são os problemas mais prementes que ele terá de enfrentar?

O cardeal Philippe Barbarin, arcebispo de Lyon, acredita que o novo papa tem de ser “um homem sólido, de fé e que ame a Cristo”.

Os leitores entrevistados por ZENIT, na sua maioria, pedem um papa “jovem, alegre e de grande carisma espiritual”.

Mas quais são os critérios para a escolha de um candidato ao pontificado?

Procuramos compilar as qualidades pessoais adequadas aos desafios que a Igreja terá que enfrentar agora.

Sendo a Igreja uma instituição milenar e universal, é claro que uma das primeiras qualidades de um candidato a papa é o conhecimento de línguas. O italiano, por ser bispo de Roma; o inglês e o espanhol, por estarem entre as línguas mais difundidas do mundo cristão; a língua do seu país de origem e alguma outra serão certamente muito úteis.

O candidato ao pontificado deve ter e manifestar profunda fé e zelo apostólico, e praticar a oração e os sacramentos de maneira incessante.

Não deve haver nenhuma sombra na sua história como sacerdote e como homem.

Seja ele homem da cúria ou pastor procedente da diocese, deve ser humilde, sensível, caridoso, brilhante e conciso na comunicação, além de testemunha exemplar das virtudes humanas e cristãs. Sólido na doutrina e seguro e aberto na relação com a modernidade.

Muito importante é que haja no seu currículo uma evidente eficácia na difusão do Evangelho. Quantas vocações, batismos, conversões ele produziu? Difundir a fé é um dom de Deus, mas o número e a abundância de certas manifestações são um sinal da benevolência do Senhor, mais ou menos como os milagres são um requisito para se proclamarem os santos.

Deve ser dócil e colaborativo com o Sacro Colégio, livre e disponível para servir ao Senhor e conduzir a Igreja.

Deve ter a serenidade e o espírito de fraterna colaboração na gestão da cúria.

Não são suficientes, porém, as qualidades pessoais de excelência. É muito importante considerar as condições históricas e ver que certas qualidades podem ser necessárias para resolver os problemas mais urgentes do momento.

A eleição de João Paulo II aconteceu num momento de expansão máxima da ideologia e do poder comunista no mundo. A de Bento XVI ocorreu num momento em que era necessária uma refundação interna da Igreja e do episcopado mundial.

Os atuais problemas urgentes da Igreja católica envolvem a renovação da fé e a necessidade de uma nova evangelização. Não por acaso, o papa emérito Bento XVI proclamou o Ano da Fé e da Nova Evangelização.

Para reavivar a fé do continente europeu, que durante 2.000 anos espalhou o cristianismo pelo mundo, são necessários milhões de jovens que vivam, pratiquem e testemunhem com alegria e entusiasmo a fé católica.

Como nos primeiros séculos, os cristãos devem surpreender e conquistar o mundo com o fogo do amor que deriva do profundo conhecimento e paixão por Cristo.

É claro que existem muitos outros problemas que exigem soluções sólidas: a defesa dos cristãos perseguidos em muitas partes do mundo; o diálogo com o islã e com as grandes religiões orientais, para limitar o fundamentalismo intolerante e violento; a consolidação do diálogo ecumênico com as outras denominações cristãs, para promover uma nova unidade; o respeito pela liberdade religiosa e pelos direitos humanos; a proposta de uma economia solidária, que supere o utilitarismo especulativo e egoísta através da prática da fraternidade; o ensino e a adoção dos princípios não negociáveis que servem de base a toda civilização; a definição de uma forma de diálogo pacífico com a China, para serem reconhecidos os bispos nomeados pelo Romano Pontífice…

Mas nenhum desses problemas pode ser abordado e resolvido de forma adequada sem a fé apaixonada e sem a boa marcha da nova evangelização.

O Espírito Santo saberá escolher o melhor candidato e o mais adequado aos tempos em que vivemos, depois de tudo o que já aconteceu na história do pontificado.

Fonte: Zenit



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