Quinta-Feira Santa
Na véspera de sua paixão, Jesus reuniu os discípulos e celebrou com eles a Última Ceia. Consagrou, desta maneira, sua vida e antecipou profeticamente sua morte e ressurreição. Deu aos discípulos o mandamento do amor. Mandou os discípulos repetir o ritual daquela ceia derradeira. O que fazemos todos os anos na Quinta-Feira Santa; o que fazemos todos os dias do ano. É por isso que toda vez que celebramos a Eucaristia, anunciamos a morte de Jesus e esperamos a sua ressurreição. Participemos com viva emoção da Eucaristia que dá início ao Tríduo Pascal.
Leituras de hoje
Leitura (Êxodo 12,1-8.11-14)
Salmo Responsorial 115/116B
Leitura (1 Coríntios 11,23-26)
Evangelho (João 13,1-15
A Última Ceia celebra o amor humilde, servidor e salvador de Jesus. No Evangelho de João, durante a Ceia, Jesus lavou os pés dos discípulos e lhes mandou fazer o que ele fez: “O que eu vos fiz, fazei-o vós uns aos outros”. Humildade, amor e serviço: marcas eternas do amor de Jesus.
Semente na Terra – Jo 13, 1-15
O capítulo 13 dá início à segunda parte do Evangelho de João e começa com o lava-pés. Apesar de ser uma ceia (v.2) onde faltam as clássicas palavras da instituição da Eucaristia (no Evangelho de João, este tema é deslocado para o cap. 6 e tratado ao longo dos cap. 13-17), é justamente este texto que a liturgia da Igreja escolheu para a Quinta-Feira Santa, em que fazemos memória da Última Ceia de Jesus. João omite as palavras sobre o pão e o vinho, colocando, em seu lugar, o lava-pés. Com essa operação, o evangelista explica o significado da Eucaristia e o mistério da cruz: o lava-pés antecipa a água que brotará do seu lado aberto (cf. Jo 19,34).
Amar é servir: É importante verificar os sete verbos de ação presentes nos vv.4-5. Jesus: levanta-se da mesa; tira o manto; pega uma toalha; cinge-se com ela; coloca água na bacia; começa a lavar os pés dos discípulos; enxuga-os com a toalha.
Tu lavar-me os pés?: Pedro inicialmente não aceita que Jesus lhe lave os pés. Ele não entende nada, por isso o chama de Senhor. Seria ele, Pedro que deveria lavar -lhe os pés e não o contrário… mas no fim aceita… E então quer que Jesus lhe lave também as mãos, e a cabeça (pés, mãos e cabeça são as três extremidades do corpo) isto é, todo o ser ser.
Limpos: A ação de Jesus de lavar os pés não é um ritual de purificação como se fazia no Templo ou nas sinagogas, mas um gesto de serviço. Os discípulos já estão limpos mediante a sua fé em Jesus, ainda que as vezes imperfeita, pois estão com ele e escutam a sua palavra (15,3). Mas há um deles que não está limpo, é uma alusão velada a Judas, que já tem o plano para traí-lo, pois que em seu coração já deixou espaço para o Diabo(13,2).
Mestre e Senhor: Jesus assume a missão do Servo Sofredor e assume para si os dois títulos que os discípulos lhe davam. Mas o que Jesus muda, é o sentido deste títulos. Eles não são símbolos de privilégios, mas de serviço, de exemplos que devem ser imitados pelos seus seguidores.
O gesto que Jesus realizou é uma ação simbólica (como faziam os Profetas do AT), e por isso, Jesus orienta aos seus discípulos que eles devem fazer o mesmo. Jesus é o Mestre e Senhor . Os discípulos não são maiores do que ele…Por isso, devem seguir o seu exemplo. No lava-pés, Jesus não nos dá uma simples lição de abaixamento. Faz muito mais. Eleva-nos à Glória: manifesta-nos aquele Deus – cujo o único poder é o poder do amor! – que julgamos conhecer, mas que, de fato, desconhecemos. Jesus é o verdadeiro rei, que veio para testemunhar a verdade (cf. Jo 18,37). Por isso, manifesta o verdadeiro rosto de Deus e verdadeiro rosto do ser humano, que é imagem e semelhança de Deus! “A lógica mundana impele-nos para o sucesso, o dinheiro. A lógica de Jesus para a humildade, o serviço e o amor” (Papa Francisco).
Participe da Missa de hoje, às 19 horas, e, em seguida, vamos todos participar da Vigília, na Igrejinha Histórica!
Fonte: O Pão Nosso de Cada Dia – Subsídio litúrgico- catequético