Santo Inácio: o fogo transformador da oração e da missão
Por Dom Roberto Francisco Ferreria Paz*
Encerrando o mês de julho celebramos a grandiosa memória de Santo Inácio de Loyola o ardoroso santo da Reforma Católica e da Evangelização do Novo Mundo. Em sua conversão percebemos o valor inestimável da leitura espiritual, a vida de Cristo e dos santos, o impactaram de tal forma que reorganizou seu projeto de vida.
Em Montserrat e Manresa consegue o conhecimento interior profundo de Jesus que inspirará os exercícios espirituais que marcaram a ascese e mística de gerações inteiras que através deste itinerário se encantaram com Cristo. Nesse carisma tão atraente para o homem da modernidade, de encontrar a Deus em tudo, e de ser capaz de unir a contemplação com a ação, fundou a Companhia de Jesus aprovada pelo Papa Paulo III em 1540, pela Bula Regimini Militantes Ecclesiae.
O próprio nome de Companhia está a traduzir um espírito de militância e consagração total a missão, acrescentando aos três votos tradicionais dos religiosos o quarto: o da obediência ao Papa a respeito das missões (obedintia circa missionis). Prontamente este grupo de companheiros (de compartir o pão) se multiplicou e com uma formação qualificada e uma ascética heróica partiu para os lugares mais longínquos, a Índia, o Japão e a Malásia com São Francisco Xavier e a China com o Pe. Mateus Ricci.
É de veras admirável o contributo de Santo Inácio para a espiritualidade, a teologia e a Igreja, a formação de um laicato de influência e penetrante nos centros de decisão pelas Congregações Marianas fundadas em 1563 pelo Pe. Jean. Leunis S.J. , a presença diferenciada dos jesuítas no mundo da educação e das ciências, sendo os mestres e tutores espirituais das lideranças cristãs de séculos inteiros, a iniciativa tão mordente e atual da inculturação da fé, alma da Nova Evangelização e novamente citamos os Exercícios Espirituais que modelaram a vida cristã de sacerdotes, religiosos e fieis. No Brasil bastaria citar apenas o gigante da fé e Apóstolo desta terra São José de Anchieta e as missões jesuíticas nos Sete Povos no Rio Grande do Sul, onde se plasmou o sonho de uma síntese cultural indígena e ibero-americana, onde existiu uma promoção integral da pessoa humana, acontecendo uma evangelização encarnada e comprometida com a libertação e com a luta e a busca da utopia de uma Terra sem Males. Deus seja louvado!