Terço Olímpico

Publicado em 09/07/2016 | Categoria: Notícias |


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“O esporte pode reavivar a esperança onde antes só havia o desespero” Nelson Mandela

Leitor 1- Nelson Mandela (18/06/1918 – 05/12/2013), advogado, ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 1993, é considerado o mais importante líder da África Negra e Pai da Pátria da moderna nação sul-africana.

Preso pelo regime do apartheid, cumpriu 27 anos de trabalhos forçados, isolado numa prisão de segurança máxima. Quatro anos após ser libertado foi eleito presidente do país.

Leitor 2- Através, também, do esporte, Mandela conseguiu unir um país ainda marcado pelos horrores do período de racismo, tendo ainda presentes rastros de rancor, ressentimento, medo e desejo de vingança. Num de seus discursos a um povo ainda dividido e conflagrado, ele disse:

“Ninguém nasce odiando o outro devido à cor da sua pele ou a sua religião. As pessoas aprendem a odiar. E se elas podem aprender a odiar, podem também ser ensinadas a amar, porque o amor é mais natural no coração humano do que o ódio”.

Leitor 3- Há, na História, inúmeros exemplos de guerras que foram interrompidas, inimigos que se reconciliaram, adversários que se tornaram companheiros por causa do Esporte. Apesar de estar, hoje, contaminado por escândalos que vão do doping de atletas à corrupção de dirigentes, o Esporte é, ainda, uma das poucas linguagens universais, uma força capaz de unir povos e pessoas, nações e culturas, em torno de um mesmo espírito fraterno e solidário.

O Esporte é, também, poderoso aliado na luta contra as drogas, a violência e a marginalização de jovens, em especial os que vivem nas periferias das cidades e da vida.

Leitor 4- O Brasil vive, hoje, uma situação de extremos.

Em meio a tantas crises; ética, moral, econômica e social, vamos sediar, em agosto próximo, o maior evento esportivo mundial; as Olimpíadas.

Será uma oportunidade rara e preciosa para buscarmos reconciliação com os valores que podem ajudar a reconstruir esperanças, nossas e do mundo inteiro, também ele marcado pelos absurdos do terrorismo, dos contrastes entre opulência e miséria, do desespero de milhões de refugiados, dentro e fora dos seus países, do sofrimento dos que não dormem, porque tem fome e dos que não dormem, com medo dos que tem fome.

Leitor 5 – É nesse contexto que convidamos a todos para rezarmos, juntos, o Terço Olímpico, unindo nossos corações ao coração de Deus, pelas mãos de Maria, e fazendo-nos irmãos e irmãs dos homens e mulheres de todos os continentes.

As contas do nosso terço se inspiram nos elos olímpicos criados em 1913 pelo Barão de Coubertin. Esse emblema reforça a ideia de que o Movimento Olímpico Internacional, assim como a Igreja, acolhe todos os países representados pelos anéis que lembram cinco continentes sobre um fundo branco, simbolizando a paz que todos buscamos e sonhamos.

L1- O anel preto correspondente à África, o verde à Europa, o azul à Oceania, o anel amarelo à Ásia e o vermelho às Américas.

Nosso Terço Olímpico é composto por cinco mistérios, nas cores dos anéis, convidando a rezar pela fraternidade universal e também pela presença e missão da Igreja, presente no mundo inteiro, entre todos os povos.

Vamos rezar com o Papa Francisco, atentos à suas palavras e gestos que nos convidam, hoje, a celebrar a misericórdia de Deus por nós, convite a que exercitemos nossa misericórdia para com todos.

L1- No primeiro mistério, das contas pretas, rezamos pela África, berço da vida humana e onde, hoje, a vida é tão desrespeitada.

L2- No segundo mistério, contas verdes, rezamos pela Europa, o continente onde há o maior grupo de países desenvolvidos no mundo, mas onde brotam e crescem, ainda, a intolerância, o racismo, a discriminação e a terrível doença da indiferença.

L3- No terceiro mistério, contas azuis, rezamos pela Oceania, uma parte do mundo que ainda conserva valores mais próximos da cultura dos nossos ancestrais. Seus poucos habitantes vivem a prosperidade oferecida pela estabilidade econômica e sua qualidade de vida é referência para todo o mundo.

L4- No quarto mistério, contas amarelas, rezamos pela Ásia e pelo Oriente, a região mais populosa do planeta, com costumes que, por vezes, parecem estranhos à cultura ocidental, mas de onde vem as nossas mais belas e profundas raízes espirituais.

L5- No quinto mistério, contas vermelhas, rezamos pelas Américas, pela nossa América Latina, pelo nosso Brasil, onde é tão presente e urgente a luta do povo frente aos contrastes entre a riqueza e a miséria, a liberdade e a opressão.

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PRIMEIRO MISTÉRIO

L1- A cor preta lembra os povos negros de África, origem e síntese de todas as cores, de todos os povos.

Rezemos por todos os que vivem no continente africano, em especial, pelos mais pobres, os esquecidos e excluídos, os condenados pela fome endêmica e pela violência tribal estimulada pela herança de um colonialismo predador e predatório.

Leitor 6- Queridos irmãos! Rezemos, trabalhemos, comprometamo-nos juntos para que cada família tenha um teto digno, tenha acesso a água potável, tenha um banheiro, tenha energia segura para iluminar, cozinhar e melhorar as suas casas…

Rezemos, trabalhemos, para que todo bairro tenha estradas, praças, escolas, hospitais, espaços desportivos, recreativos e artísticos; para que os serviços básicos cheguem a todos e a cada um; para que sejam ouvidas vossas justas reivindicações e o vosso grito por melhores oportunidades; para que todos possam gozar da paz e segurança que mereceis de acordo com a vossa dignidade humana infinita. (Papa Francisco em visita ao bairro pobre de Kangemi, Nairóbi (Quênia, 27/11/2015))

L1- Neste mistério, peçamos a Maria que interceda pela paz, pela liberdade. Que, por nossas mãos, Pai e Pão sejam nossos e, a cada dia, de todos os povos de África.

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L2- SEGUNDO MISTÉRIO

A cor verde evoca os povos originários do continente europeu, onde o Cristianismo se instalou e de onde se irradiou. Vamos rezar por todos os que vivem na Europa, seus habitantes originais e os milhões de refugiados migrantes, e seus descendentes, para que possam exercitar a tolerância, a acolhida fraterna, a justiça na distribuição das riquezas e bens e o respeito à dignidade da vida humana.

Leitor 7- “Dignidade” é a palavra-chave que caracterizou a recuperação da Europa após a Segunda Guerra Mundial. A nossa história recente caracteriza-se pela inegável centralidade da promoção da dignidade humana contra as múltiplas violências e discriminações que não faltaram, ao longo dos séculos, nem mesmo na Europa.

A percepção da importância dos direitos humanos nasce precisamente como resultado de um longo caminho, feito também de muitos sofrimentos e sacrifícios, que contribuiu para formar a consciência da preciosidade, unicidade e originalidade irrepetível de cada pessoa humana.

Realmente que dignidade existe quando falta a possibilidade de exprimir livremente o pensamento próprio ou professar sem coerção a própria fé religiosa? Que dignidade é possível sem um quadro jurídico claro, que limite o domínio da força e faça prevalecer a lei sobre a tirania do poder? Que dignidade poderá ter um homem ou uma mulher tornados objeto de todo o gênero de discriminação? Que dignidade poderá encontrar uma pessoa que não tem o alimento ou o mínimo essencial para viver e, pior ainda, o trabalho que o unge de dignidade?

Promover a dignidade da pessoa significa reconhecer que ela possui direitos inalienáveis, de que não pode ser privada por arbítrio de ninguém e, muito menos, para benefício de interesses econômicos. (Papa Francisco em discurso ao Parlamento Europeu. 25/11/2014)

L2- Neste mistério, peçamos a mediação de Maria, Rainha das Paz, para que inspire todos os povos europeus a reconhecerem a dignidade da vida, colocando-a acima do egoísmo que fecha fronteiras e corações.

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L3- TERCEIRO MISTÉRIO

A cor azul lembra os vastos mares da Oceania e a serenidade e paz que emana do manto de Maria.

Leitor 8- “O povo de origem aborígene tem uma trajetória que é preciso cuidar e fortalecer.

Respeitar suas tradições e costumes é um serviço que devemos a nossos irmãos, inspirados na figura do bom samaritano, e um ato de reparação histórica diante do extermínio e a interrupção destes povos.

O ano da misericórdia é mais do que propício para revisar o papel da Igreja nesta história e para viver esta pastoral como um gesto de reparação histórica.

Esses povos trazem em sua cultura valores que iluminam nossa caminhada como humanidade.

Na encíclica Laudato Si’, reconhecemos que esses povos originários nos ensinam, com sua vida, como cuidar de nossa casa comum. “Temos muito que aprender com eles!”. (Papa Francisco – 07/12/2015)

L3- Neste mistério, vamos rezar por todos os que vivem neste continente formado por milhares de ilhas, que ficaram por séculos isolados do resto do mundo, mas que são convidados a construir pontes de fraternidade com todos os povos.

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L4- QUARTO MISTÉRIO

A cor amarela evoca os povos originários do continente asiático e do Oriente Médio. Vamos rezar por todos os que vivem nessas terras distantes. Nessa região viveu a Sagrada Família. Nela Jesus nasceu, cresceu e semeou seu Evangelho e, curiosamente, é onde é menos conhecido.

Leitor 9- “Repousar na oração é particularmente importante para as famílias. É, antes de tudo, na família que aprendemos como rezar. Nela chegamos a conhecer Deus, a crescer como homens e mulheres de fé, a considerar-nos como membros da família mais ampla de Deus, a Igreja.

Na família, aprendemos a amar, a perdoar, a ser generosos e disponíveis e não fechados e egoístas. Aprendemos a ir além das nossas próprias necessidades, para encontrar outras pessoas e compartilhar nossa vida com elas. Por isso é tão importante rezar como família.

Muitas são hoje as pressões sobre a vida das famílias. Crises econômicas trazem o desemprego, que provoca a fragmentação das famílias com a emigração e a busca de trabalho em regiões e até países distantes. Enquanto muitas pessoas vivem em pobreza extrema, outras caem nas malhas do materialismo e de estilos de vida que abolem a vida familiar e as exigências mais fundamentais da moral cristã.

O nosso mundo tem necessidade de famílias sãs e fortes para superar estas ameaças, famílias santas e cheias de amor para proteger a beleza e a verdade da família no plano de Deus e servir de apoio e exemplo para as outras famílias.

Toda a ameaça à família é uma ameaça à própria sociedade. O futuro da humanidade passa pela família. (Papa Francisco em discurso às famílias Manila, Filipinas, 16/01/2015)

L4- Neste mistério, peçamos a Maria, filha de Deus Pai, mãe de Deus Filho e esposa de Deus Espírito Santo pelos desempregados e subempregados. Que ela proteja nossas famílias, alimentando-as sempre com a oração e a graça dos sacramentos. E que das famílias nasçam missionários capazes de anunciar a Boa nova, respeitando culturas e realidades tão diversas.

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L5- QUINTO MISTÉRIO

A cor vermelha é a cor do Espírito Santo. Evoca os povos indígenas, habitantes primeiros de todas as Américas, e o sangue de tantos inocentes derramado em guerras, lutas de conquista, revoluções e guerrilhas. O vermelho convida a viver uma fé e um amor ardentes por Deus, nos nossos irmãos.

Leitor 10- A fé abre a “janela” à presença operante do Espírito e demonstra-nos que a santidade, tal como a felicidade, está sempre ligada aos pequenos gestos.

“Seja quem for que vos der a beber um copo de água por serdes de Cristo, (…) não perderá a sua recompensa”, diz Jesus (Mc 9, 41).

O amor se expressa em gestos mínimos, que uma pessoa aprende em casa; gestos de família que se perdem no anonimato da vida diária, mas que fazem cada dia diferente do outro.

São gestos de mãe, de avó, de pai, de avô, de filho.

São gestos de ternura, de afeto, de compaixão.

Gestos como o prato quente de quem espera para jantar, como o café da manhã de quem sabe acompanhar o levantar na alvorada. São gestos familiares.

É a bênção antes de dormir, e o abraço ao regressar duma jornada de trabalho. O amor exprime-se em pequenas coisas, na atenção aos detalhes de cada dia que fazem com que a vida tenha sempre sabor de casa.

A fé cresce, quando é vivida e plasmada pelo amor. Por isso, as nossas famílias, as nossas casas são autênticas igrejas domésticas: são o lugar ideal onde a fé se torna vida e a vida se torna fé. (Papa Francisco em homilia na Filadélfia, EUA, em 27 de setembro de 2015)

L5- Neste mistério, vamos rezar por todos os que vivem no continente americano, que é aquele que tem maior número de católicos, mas onde são ainda muitas as injustiças e desigualdades sociais.

Em particular, rezemos para que o nosso Brasil encontre o caminho da Verdade e da Justiça, sem manipulações, sem exploração dos pobres, sem sacrifícios desproporcionais impostos ao povo trabalhador, sem guerrilhas fratricidas nas redes sociais e nas ruas.

Peçamos a Maria, Rainha das Mártires, que ajude a Igreja, sob o pontificado de Francisco, bispo de Roma, a ser defensora dos pobres, lutando com amor pelos mais pequeninos para que tenham justiça social, paz e solidariedade.

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Roteiro e Texto: Eduardo Machado

Fonte: Amai-vos



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