Vigília Pascal
Liturgia da Missa – Reflexão sobre a Mesa da Palavra da Vigília Pascal
Alegremo-nos. Ele ressuscitou!
A morte não tem, definitivamente, a última palavra. Jesus ressuscitou e por isso esta é a noite da nossa maior festa! A vida vence a morte e com essa vitória podemos ter a certeza também da nossa ressurreição. Nosso Deus está vivo no meio de nós. Alegremo-nos todos com essa boa nova que as mulheres nos trazem desde o túmulo onde o Senhor fora colocado.
A Liturgia da Palavra da Vigília Pascal é riquíssima. Através dela temos, de forma compactada, alguns eventos marcantes da história da nossa salvação. Seguindo-a caminharemos com o povo de Deus pelas trilhas de Deus conosco. Revendo a história da salvação a partir da ressurreição, veremos que todos aqueles fatos que poderiam até nos parecer dispersos, fazem agora pleno sentido, ordenados que foram pela ressurreição de Cristo.
Antes era como se admirássemos o bordado do mapa pelo lado avesso. Aquelas linhas, cheias de pontas e juntando cores que não combinavam, agora são admiradas pelo lado correto e podemos então ver nelas a maravilha da obra de Deus na sua aliança conosco.
Esta é uma cerimônia belíssima, mas para que sintamos toda a sua beleza, precisamos estar abertos ao mistério maravilhoso que significa. É bem longa, constando de quatro etapas: a celebração da luz; a Mesa da Palavra; a liturgia do Batismo e a liturgia Eucarística. A Liturgia da Palavra, nos trazendo pontos importantes da história da Salvação tem oito leituras, mais os Salmos. Por isto o convite é para que possamos ir lendo os textos, para que os compreendamos melhor por ocasião da Vigília.
Quero trazer para vocês três pontos, mas que não fiquem somente neles. Busquem na Palavra de Deus, sempre nova e libertadora, os sentidos que mais apoiarão cada um no caminho do seguimento daquele que, atestamos, vive plenamente.
O primeiro ponto está no Exulte (a proclamação da Páscoa) cantado logo que entramos na Igreja. “Ó culpa tão feliz, que há merecido a graça de um tão grande redentor!” É o que entre outras estrofes cantamos. Está aí um dos textos da nossa liturgia que me é mais consolador. Óbvio que se não tivéssemos pecado a Trindade teria permanecido conosco e em nós. Mas considerando a realidade do mal no mundo, podemos cantar assim com o coração transbordante de alegria, a felicidade de termos, pelo pecado por nós cometido, o merecimento de tão grande Salvador. Com certeza que não se quer justificar com essa fórmula os pecados.
O segundo tema faz parte da sétima leitura. Nela o profeta Ezequiel profere as palavras do Senhor dizendo: “Arrancarei do vosso corpo o coração de pedra e vos darei um coração de carne”. Temos o coração endurecido, todo empedrado e precisamos do Amor e da graça de Deus para que seja amolecido. A vida foi enrijecendo nossos corações. As decepções, os enganos, os medos e as traições foram fazendo com que nos fechássemos, construindo em volta do peito uma muralha de pedra e cimento. A ressurreição daquele que tem o coração infinitamente misericordioso e aberto para nós, convida-nos a romper essa barreira e acreditarmos que tudo poderá ser diferente. Não porque queiramos, mas porque Ele está vivo.
O último ponto trago do Evangelho. Duas expressões do Ressuscitado são chave nesse texto para a nossa vida de discípulos missionários. Reparem que a primeira palavra de Jesus para as mulheres é “Alegrai-vos”. Dizia são Francisco de Sales que um santo triste é um triste santo. A alegria precisa se fazer mais presente na vida de todos nós. Não o riso superficial, mas a alegria profunda de saber que também nós temos a vida eterna, porque Ele ressuscitou. A outra expressão de Jesus e que também tinha sido dita pelo anjo é “Não tenhais medo”. Esta é uma expressão que está em seus lábios em vários momentos da vida. Necessitamos ser mais corajosos, nos lançarmos mais. A ressurreição exige que deixemos as margens de onde admiramos a paisagem, para mergulharmos rumo a águas mais profundas.
Para refletirmos nesses dias nos preparando para a Vigília Pascal
– Os pecados têm-me feito experimentar o perdão amoroso do Pai, ou as confissões têm sido “mecânicas?
– Meu coração tem estado aberto para acolher o pobre, o diferente, aquele do qual me afastei?
– Tenho sido uma pessoa alegre e corajosa?
1ª Leitura – Gn 1,1-2,2
No princípio Deus criou o céu e a terra. A terra estava deserta e vazia, as trevas cobriam a face do abismo e o Espírito de Deus pairava sobre as águas. Deus disse: ‘Faça-se a luz!’ E a luz se fez. Deus viu que a luz era boa e separou a luz das trevas. E à luz Deus chamou ‘dia’ e às trevas, ‘noite’. Houve uma tarde e uma manhã: primeiro dia. Deus disse: ‘Faça-se um firmamento entre as águas, separando umas das outras’. E Deus fez o firmamento, e separou as águas que estavam embaixo,
das que estavam em cima do firmamento. E assim se fez. Ao firmamento Deus chamou ‘céu’. Houve uma tarde e uma manhã: segundo dia. Deus disse: ‘Juntem-se as águas que estão debaixo do céu num só lugar e apareça o solo enxuto!’ E assim se fez. Ao solo enxuto Deus chamou ‘terra’ e ao ajuntamento das águas, ‘mar’. E Deus viu que era bom. Deus disse: ‘A terra faça brotar vegetação e plantas que dêem semente, e árvores frutíferas que dêem fruto segundo a sua espécie, que tenham nele a sua semente sobre a terra’. E assim se fez. E a terra produziu vegetação e plantas que trazem semente segundo a sua espécie, e árvores que dão fruto tendo nele a semente da sua espécie. E Deus viu que era bom. Houve uma tarde e uma manhã: terceiro dia. Deus disse: ‘Façam-se luzeiros no firmamento do céu, para separar o dia da noite. Que sirvam de sinais para marcar as épocas, os dias e os anos, e que resplandeçam no firmamento do céu e iluminem a terra’. E assim se fez. Deus fez os dois grandes luzeiros: o luzeiro maior para presidir o dia, e o luzeiro menor para presidir à noite, e as estrelas. Deus colocou-os no firmamento do céu para alumiar a terra, para presidir ao dia e à noite e separar a luz das trevas. E Deus viu que era bom. E houve uma tarde e uma manhã: quarto dia. Deus disse: ‘Fervilhem as águas de seres animados de vida e voem pássaros sobre a terra, debaixo do firmamento do céu’. Deus criou os grandes monstros marinhos e todos os seres vivos que nadam, em multidão, nas águas, segundo as suas espécies, e todas as aves, segundo as suas espécies. E Deus viu que era bom. E Deus os abençoou, dizendo: ‘Sede fecundos e multiplicai-vos e enchei as águas do mar, e que as aves se multipliquem sobre a terra’. Houve uma tarde e uma manhã: quinto dia. Deus disse: ‘Produza a terra seres vivos segundo as suas espécies, animais domésticos, répteis e animais selvagens, segundo as suas espécies’. E assim se fez. Deus fez os animais selvagens, segundo as suas espécies, os animais domésticos segundo as suas espécies e todos os répteis do solo segundo as suas espécies. E Deus viu que era bom. Deus disse: ‘Façamos o homem à nossa imagem e segundo à nossa semelhança, para que domine sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, e sobre todos os répteis que rastejam sobre a terra’. E Deus criou o homem à sua imagem, à imagem de Deus ele o criou: homem e mulher os criou. E Deus os abençoou e lhes disse: ‘Sede fecundos e multiplicai-vos,
enchei a terra e submetei-a! Dominai sobre os peixes do mar, sobre os pássaros do céu e sobre todos os animais que se movem sobre a terra’. E Deus disse: ‘Eis que vos entrego todas as plantas que dão semente sobre a terra, e todas as árvores que produzem fruto com sua semente, para vos servirem de alimento. E a todos os animais da terra, e a todas as aves do céu, e a tudo o que rasteja sobre a terra e que é animado de vida, eu dou todos os vegetais para alimento’. E assim se fez. E Deus viu tudo quanto havia feito, e eis que tudo era muito bom. Houve uma tarde e uma manhã: sexto dia. E assim foram concluídos o céu e a terra com todo o seu exército. No sétimo dia, Deus considerou acabada toda a obra que tinha feito; e no sétimo dia descansou de toda a obra que fizera.
2ª Leitura – Gn 22,1-18
Naqueles dias: Deus pôs Abraão à prova. Chamando-o, disse: ‘Abraão!’ E ele respondeu: ‘Aqui estou’. E Deus disse: ‘Toma teu filho único, Isaac, a quem tanto amas, dirije-te à terra de Moriá, e oferece-o ali em holocausto sobre um monte que eu te indicar’. Abraão levantou-se bem cedo, selou o jumento, tomou consigo dois dos seus servos e seu filho Isaac. Depois de ter rachado lenha para o holocausto, pôs-se a caminho, para o lugar que Deus lhe havia ordenado. No terceiro dia, Abraão, levantando os olhos, viu de longe o lugar. Disse, então, aos seus servos: ‘Esperai aqui com o jumento, enquanto eu e o menino vamos até lá. Depois de adorarmos a Deus, voltaremos a vós’. Abraão tomou a lenha para o holocausto
e a pôs às costas do seu filho Isaac, enquanto ele levava o fogo e a faca. E os dois continuaram caminhando juntos. Isaac disse a Abraão: ‘Meu pai’. – ‘Que queres, meu filho?’, respondeu ele. E o menino disse: ‘Temos o fogo e a lenha, mas onde está a vítima para o holocausto?’ Abraão respondeu: ‘Deus providenciará a vítima para o holocausto, meu filho’. E os dois continuaram caminhando juntos. Chegados ao lugar indicado por Deus, Abraão ergueu um altar, colocou a lenha em cima, amarrou o filho e o pôs sobre a lenha em cima do altar. Depois, estendeu a mão, empunhando a faca para sacrificar o filho. E eis que o anjo do Senhor gritou do céu, dizendo: ‘Abraão! Abraão!’ Ele respondeu: ‘Aqui estou!’. E o anjo lhe disse: ‘Não estendas a mão contra teu filho e não lhe faças nenhum mal! Agora sei que temes a Deus, pois não me recusaste teu filho único’. Abraão, erguendo os olhos, viu um carneiro preso num espinheiro pelos chifres; foi buscá-lo e ofereceu-o em holocausto no lugar do seu filho. Abraão passou a chamar aquele lugar: ‘O Senhor providenciará’. Donde até hoje se diz: ‘Sobre o monte o Senhor providenciará’. O anjo do Senhor chamou Abraão, pela segunda vez, do céu, e lhe disse: ‘Juro por mim mesmo – oráculo do Senhor -, uma vez que agiste deste modo e não me recusaste teu filho único, eu te abençoarei e tornarei tão numerosa tua descendência como as estrelas do céu e como as areias da praia do mar. Teus descendentes conquistarão as cidades dos inimigos. Por tua descendência serão abençoadas todas as nações da terra, porque me obedeceste’.
3ª Leitura – Ex 14,15-15,1
Naqueles dias: O Senhor disse a Moisés: ‘Por que clamas a mim por socorro? Dize aos filhos de Israel que se ponham em marcha. Quanto a ti, ergue a vara, estende o braço sobre o mar e divide-o, para que os filhos de Israel caminhem em seco pelo meio do mar. De minha parte, endurecerei o coração dos egípcios, para que sigam atrás deles, e eu seja glorificado às custas do Faraó, e de todo o seu exército,
dos seus carros e cavaleiros. E os egípcios saberão que eu sou o Senhor, quando eu for glorificado às custas do Faraó, dos seus carros e cavaleiros’. Então, o anjo do Senhor, que caminhava à frente do acampamento dos filhos de Israel, mudou de posição e foi para trás deles; e com ele, ao mesmo tempo, a coluna de nuvem, que estava na frente, colocou-se atrás, inserindo-se entre o acampamento dos egípcios e o acampamento dos filhos de Israel. Para aqueles a nuvem era tenebrosa, para estes, iluminava a noite. Assim, durante a noite inteira, uns não puderam aproximar-se dos outros. Moisés estendeu a mão sobre o mar, e durante toda a noite o Senhor fez soprar sobre o mar um vento leste muito forte; e as águas se dividiram. Então, os filhos de Israel entraram pelo meio do mar a pé enxuto, enquanto as águas formavam como que uma muralha à direita e à esquerda. Os egípcios puseram-se a persegui-los, e todos os cavalos do Faraó, carros e cavaleiros os seguiram mar adentro. Ora, de madrugada, o Senhor lançou um olhar, desde a coluna de fogo e da nuvem, sobre as tropas egípcias e as pôs em pânico. Bloqueou as rodas dos seus carros, de modo que só a muito custo podiam avançar. Disseram, então, os egípcios: ‘Fujamos de Israel! Pois o Senhor combate a favor deles, contra nós’.
O Senhor disse a Moisés: ‘Estende a mão sobre o mar, para que as águas se voltem contra os egípcios, seus carros e cavaleiros’. Moisés estendeu a mão sobre o mar e, ao romper da manhã, o mar voltou ao seu leito normal, enquanto os egípcios, em fuga, corriam ao encontro das águas, e o Senhor os mergulhou no meio das ondas. As águas voltaram e cobriram carros, cavaleiros e todo o exército do Faraó, que tinha entrado no mar em perseguição de Israel. Não escapou um só. Os filhos de Israel, ao contrário, tinham passado a pé enxuto pelo meio do mar, cujas águas lhes formavam uma muralha à direita e à esquerda. Naquele dia, o Senhor livrou Israel da mão dos egípcios, e Israel viu os egípcios mortos nas praias do mar, e a mão poderosa do Senhor agir contra eles. O povo temeu o Senhor, e teve fé no Senhor e em Moisés, seu servo. Então, Moisés e os filhos de Israel cantaram ao Senhor este cântico.
4ª Leitura – Is 54,5-14
Teu esposo é aquele que te criou, seu nome é Senhor dos exércitos; teu redentor, o Santo de Israel, chama-se Deus de toda a terra. O Senhor te chamou, como a mulher abandonada e de alma aflita; como a esposa repudiada na mocidade, falou teu Deus. Por um breve instante eu te abandonei, mas com imensa compaixão volto a acolher-te. Num momento de indignação, por um pouco ocultei de ti minha face, mas com misericórdia eterna compadeci-me de ti, diz teu salvador, o Senhor. Como fiz nos dias de Noé, a quem jurei nunca mais inundar a terra, assim juro que não me irritarei contra ti nem te farei ameaças. Podem os montes recuar e as colinas abalar-se, mas minha misericórdia não se apartará de ti, nada fará mudar a aliança de minha paz, diz o teu misericordioso Senhor. Pobrezinha, batida por vendavais, sem nenhum consolo, eis que assentarei tuas pedras sobre rubis, e tuas bases sobre safiras; revestirei de jaspe tuas fortificações, e teus portões, de pedras preciosas, e todos os teus muros, de pedra escolhida. Todos os teus filhos serão discípulos do Senhor, teus filhos possuirão muita paz; terás a justiça por fundamento. Longe da opressão, nada terás a temer; serás livre do terror, porque ele não se aproximará de ti.
5ª Leitura – Is 55,1-11
Assim diz o Senhor: Â vós todos que estais com sede, vinde às águas; vós que não tendes dinheiro, apressai-vos, vinde e comei, vinde comprar sem dinheiro, tomar vinho e leite, sem nenhuma paga. Por que gastar dinheiro com outra coisa que não o pão, desperdiçar o salário senão com satisfação completa? Ouvi-me com atenção, e alimentai-vos bem, para deleite e revigoramento do vosso corpo. Inclinai vosso ouvido e vinde a mim, ouvi e tereis vida; farei convosco um pacto eterno, manterei fielmente as graças concedidas a Davi. Eis que fiz dele uma testemunha para os povos, chefe e mestre para as nações. Eis que chamarás uma nação que não conhecias, e acorrerão a ti povos que não te conheciam, por causa do Senhor, teu Deus, e do Santo de Israel, que te glorificou. Buscai o Senhor, enquanto pode ser achado; invocai-o, enquanto ele está perto. Abandone o ímpio seu caminho, e o homem injusto, suas maquinações; volte para o Senhor, que terá piedade dele, volte para nosso Deus, que é generoso no perdão. Meus pensamentos não são como os vossos pensamentos e vossos caminhos não são como os meus caminhos, diz o Senhor. Estão meus caminhos tão acima dos vossos caminhos e meus pensamentos acima dos vossos pensamentos, quanto está o céu acima da terra. Assim como a chuva e a neve descem do céu e para lá não voltam mais, mas vêm irrigar e fecundar a terra, e fazê-la germinar e dar semente, para o plantio e para a alimentação, assim a palavra que sair de minha boca: não voltará para mim vazia; antes, realizará tudo que for de minha vontade e produzirá os efeitos que pretendi, ao enviá-la.
6ª Leitura – Br 3,9-15.32-4,4
Ouve, Israel, os preceitos da vida; presta atenção, para aprenderes a sabedoria. Que se passa, Israel? Como é que te encontras em terra inimiga? 11Envelheceste num país estrangeiro, te contaminaste com os mortos, foste contado entre os que descem à mansão dos mortos. Abandonaste a fonte da sabedoria! Se tivesses continuado no caminho de Deus, viverias em paz para sempre. Aprende onde está a sabedoria, onde está a fortaleza e onde está a inteligência, e aprenderás também onde está a longevidade e a vida, onde está o brilho dos olhos e a paz. Quem descobriu onde está a sabedoria? Quem penetrou em seus tesouros? Aquele que tudo sabe, conhece-a, descobriu-a com sua inteligência; aquele que criou a terra para sempre e a encheu de animais e quadrúpedes; aquele que manda a luz, e ela vai, chama-a de volta, e ela obedece tremendo. As estrelas cintilam em seus postos de guarda e alegram-se; ele chamou-as, e elas respondem: ‘Aqui estamos’; e alumiam com alegria o que as fez. Este é o nosso Deus, e nenhum outro pode comparar-se com ele. Ele revelou todo o caminho da sabedoria a Jacó, seu servo, e a Israel, seu bem-amado. Depois, ela foi vista sobre a terra e habitou entre os homens. A sabedoria é o livro dos mandamentos de Deus, é a lei, que permanece para sempre. Todos os que a seguem, têm a vida, e os que a abandonam, têm a morte. Volta-te, Jacó, e abraça-a; marcha para o esplendor, à sua luz. Não dês a outro a tua glória nem cedas a uma nação estranha teus privilégios. Ó Israel, felizes somos nós, porque nos é dado conhecer o que agrada a Deus.
7ª Leitura – Ez 36,16-17a.18-28
A palavra do Senhor foi-me dirigida nestes termos: ‘Filho do homem, os da casa de Israel estavam morando em sua terra. Mancharam-na com sua conduta e suas más ações. Então derramei sobre eles a minha ira, por causa do sangue que derramaram no país e dos ídolos com os quais o mancharam. Eu dispersei-os entre as nações, e eles foram espalhados pelos países. Julguei-os de acordo com sua conduta e suas más ações. Quando eles chegaram às nações para onde foram, profanaram o meu santo nome; pois deles se comentava: ‘Esse é o povo do Senhor; mas tiveram de sair do seu país!` Então eu tive pena do meu santo nome que a casa de Israel estava profanando entre as nações para onde foi.
Por isso, dize à casa de Israel: Assim fala o Senhor Deus: Não é por causa de vós que eu vou agir, casa de Israel, mas por causa do meu santo nome, que profanastes entre as nações para onde fostes. Vou mostrar a santidade do meu grande nome, que profanastes no meio das nações. As nações saberão que eu sou o Senhor. – oráculo do Senhor Deus – quando eu manifestar minha santidade à vista delas por meio de vós. Eu vos tirarei do meio das nações, vos reunirei de todos os países, e vos conduzirei para a vossa terra. Derramarei sobre vós uma água pura, e sereis purificados. Eu vos purificarei de todas as impurezas e de todos os ídolos. Eu vos darei um coração novo e porei um espírito novo dentro de vós. Arrancarei do vosso corpo o coração de pedra e vos darei um coração de carne; porei o meu espírito dentro de vós e farei com que sigais a minha lei e cuideis de observar os meus mandamentos. Habitareis no país que dei a vossos pais. Sereis o meu povo e eu serei o vosso Deus.
8ª Leitura – Rm 6,3-11
Irmãos: Será que ignorais que todos nós, batizados em Jesus Cristo, é na sua morte que fomos batizados? Pelo batismo na sua morte, fomos sepultados com ele, para que, como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim também nós levemos uma vida nova. Pois, se fomos de certo modo identificados a Jesus Cristo por uma morte semelhante à sua, seremos semelhantes a ele também pela ressurreição. Sabemos que o nosso velho homem foi crucificado com Cristo, para que seja destruído o corpo de pecado, de maneira a não mais servirmos ao pecado. Com efeito, aquele que morreu está livre do pecado. Se, pois, morremos com Cristo, cremos que também viveremos com ele. Sabemos que Cristo ressuscitado dos mortos não morre mais; a morte já não tem poder sobre ele. Pois aquele que morreu, morreu para o pecado uma vez por todas; mas aquele que vive, é para Deus que vive. Assim, vós também considerai-vos mortos para o pecado e vivos para Deus, em Jesus Cristo.
Evangelho – Mt 28,1-10
Depois do sábado, ao amanhecer do primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro. De repente, houve um grande tremor de terra: o anjo do Senhor desceu do céu e, aproximando-se, retirou a pedra e sentou-se nela. Sua aparência era como um relâmpago, e suas vestes eram brancas como a neve. Os guardas ficaram com tanto medo do anjo, que tremeram, e ficaram como mortos. Então o anjo disse às mulheres: ‘Não tenhais medo! Sei que procurais Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui! Ressuscitou, como havia dito! Vinde ver o lugar em que ele estava. Ide depressa contar aos discípulos que ele ressuscitou dos mortos, e que vai à vossa frente para a Galiléia. Lá vós o vereis. É o que tenho a dizer-vos.’ As mulheres partiram depressa do sepulcro. Estavam com medo, mas correram com grande alegria, para dar a notícia aos discípulos. De repente, Jesus foi ao encontro delas, e disse: ‘Alegrai-vos!’ As mulheres aproximaram-se, e prostraram-se diante de Jesus, abraçando seus pés. Então Jesus disse a elas: ‘Não tenhais medo. Ide anunciar aos meus irmãos que se dirijam para a Galiléia. Lá eles me verão.